domingo, 12 de dezembro de 2010

The Walking Dead: um seriado que faz jus ao nome


Antes do primeiro episódio estrear nos Estados Unidos, todos falavam de The Walking Dead. Com estreia no dia de Halloween, tinha tudo pra ser o seriado mais aterrorizante de todos os tempos, deixando pra trás o aclamada Supernatural (que, convenhamos, não dá medo algum). A hashtag #TheWalkingDead era uma das mais usadas no Twitter e todos esperavam ansiosamente o dia da estreia.

A estreia chegou e, quando assisti ao episódio, pensei: "tanta propaganda pra isso?". Não que o episódio tivesse sido ruim. Apenas estava muito aquém das expectativas que o próprio serviço de marketing do seriado me proporcionou. Não há nada mais perigoso para a vitalidade de um seriado ou filme do que quando sua propaganda é infinitamente superior ao produto em si, pois acaba ocasionando no público um sentimento de decepção. Decepção, eis a palavra que descreve muito bem esse seriado.

No segundo episódio, a narrativa melhorou exponencialmente. Mais ação, menos falatório. Foi o melhor episódio de todo o seriado. E ouso dizer que foi o único episódio realmente bom de The Walking Dead. Tal qual os mortos vivos que o compõem, o seriado conta sua história tão devagar que às vezes você chega a pensar que o roteirista também é um morto-vivo. Quatro longos episódios passaram-se contando a mesma coisa, com os mesmos personagens enfrentando os mesmos dilemas, no mesmo cenário.

Quando os caras vão pra cidade procurar armas, ou quando zumbis invadem o acampamento no qual as pessoas estavam se refugiando e você
pensa que tudo vai mudar, volta-se sempre ao mesmo lenga-lenga. Até mesmo no último episódio da primeira temporada, quando supõe-se que algo extraordinário vai acontecer para fazer um gancho para a próxima temporada, você descobre, no fim, que estavam mais uma vez te enrolando. Apenas a mesma fórmula dos episódios errantes anteriores: algo muito louco acontece, você acha que aquilo vai mudar completamente o trama, mas, no final, eles sempre voltam à estaca zero. O enredo não se mexe em The Walking Dead. É um enredo morto-vivo, mais morto do que vivo.

Tanta propaganda pra isso?