segunda-feira, 30 de junho de 2008

God of War e a falta de jogos difíceis


Comprei um PSP no último fim de semana. Foi uma coisa meio de impulso: fui cimprar um jogo de Wii e vi numa loja a lindíssima edição limitada que vem com p God of War: Chains of Olympus e acabei levando – a cereja no bolo foi vir com Super Bad, dos meus filmes favoritos do ano passado. O PSP é tecnicamente impressionante – tem um bom navegador, skype e uma tela com ótima resolução e tamanho, além de ser leve e menor do que parece. Mas eu queria falar aqui do tal God of War. Não joguei a série no PlayStation 2 (falha grave no currículo, eu sei) e por isso achei que tinha de me atualizar. É tudo isso que falam?


Em primeiro lugar é lindo, gráficos ultradetalhados mesmo na telinha do PSP. É um jogo “hack ‘n slash”, desses que você vai andando pela tela e batendo em todo mundo que aparece, gênero que existe desde que o videogame existe: Final Fight no SNES ou Streets of Rage, do Mega Drive são bons velhos exemplos. Em God of War você é Kratos, um soldado-fantasma que é uma espécie de fantoche dos deuses do Olimpo e um dos heróis mais mal encarados da história do videogame. O cara é mauzão do início ao fim, e você vê que ele (e eu, na pele dele) sente um certo prazer em destroçar os inimigos. A história é legal e bem contada se você curte mitologia.


Em termos de jogabilidade mesmo, GoW “pega emprestado” dois conceitos fundamentais: você coleta bolas vermelhas que caem dos inimigos pra melhorar as armas e magias como em Devil May Cry; e os combos são um bocado parecidos com os jogos de ação da série Lord of the Rings, ambos ligeiramente anteriores. O que faz God of War diferente é o que os críticos apelidaram de “sistema siga-o-mestre” (Simon Says, em inglês). Há alguns inimigos – especialmente os “chefões” – que você pode matar mais rápido se, em determinada hora, seguir a seqüência que aparecer na tela, apertando os botões certos, na hora certa. O difícil é que a janela de tempo para fazer isso é mínima, e qualquer erro seu e o bichão manda você pra longe, comendo um bocado da sua energia. Isso pode parecer frustrante, mas para mim é bom.


Hoje em dia há tão poucos jogos que demandam habilidade do jogador que alguma coisa assim, ligeiramente mais difícil que o comum (é o mesmo princípio de Guitar Hero em níveis mais difíceis) já é um alívio para quem quer um desafio. Fora que, quando você acerta, é bem mais recompensador. Na verdade eu sinto falta de jogos difíceis, onde o que conta é a habilidade pura. Há vários jogos que eu parei porque eu vi que chegar até o final era mais uma questão de ter ter paciência para "andar pela história" do que ser surpreendido e desafiado com a próxima fase. Mario eu me apaixonei, o level design é excelente, mas só há desafio depois que você zera o jogo – não há o menor risco de você perder todas as vidas, por exemplo. Todos os jogos da Nintendo, na real, sofrem do problema de que metade do jogo é um tutorial, e você só vai ter controle e desafio mesmo lá pro final. Uma pena. Quero coisas mais difíceis! E não me venha com esse papo de que é só selecionar o nível “hard” - ainda que tenha isso no GoW. Várias produtoras de videogame usam o nível de dificuldade apenas como mutreta que não torna o jogo mais difícil, e sim injusto: os inimigos têm o dobro de energia e fazem o triplo de dano. Só isso. Aliás, isso me lembra que preciso jogar Ninja Gaiden 2.

Por Pedro Burgos, no site da Super.

O Windows XP morreu. E agora?


Hoje, 30 de junho de 2008, o Windows XP deixa de ser vendido pela Microsoft. A data parece ter sido escolhida de propósito, para coincidir com a aposentadoria de Bill Gates. Ao mesmo tempo em que o supernerd pendura as chuteiras, sai de cena o melhor Windows de todos os tempos. A era de ouro da Microsoft acabou.

Mas e na prática, o que muda? Já estava muito difícil achar, nas grandes lojas, computadores com o XP. A novidade é que agora o software avulso, vendido em cd e em micros montados na rua Santa Ifigênia, também vai sumir. Ainda é possível encontrá-lo, por cerca de R$ 300. Mas, quando o estoque se esgotar, bau bau. Restará apenas uma opção: comprar um computador com Windows Vista Business, que dá direito a voltar para o XP. Só que as máquinas Business são mais caras e difíceis de achar. Isso sem contar a mão-de-obra que é fazer, por conta própria, uma troca de sistema operacional. Para leigos, é inviável.

Junte tudo isso, e veja só como o panorama é ruim: ao comprar um computador novo, as únicas alternativas são o Vista (mais lento que o XP), o Linux (mais complicado) ou o Mac OS X (mais caro). O Windows XP vai deixar saudades...

Por Bruno Garattoni, no site da Super.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Desabafos da Meia-Noite...


Mais um domingo à noite e mais uma vez estou depressivo. Tentei dormir, mas os pensamentos aparecem aos turbilhões, como uma tempestade violenta, em que a chuva não pára de cair. A verdade é que me sinto muito sozinho. Tão sozinho quanto jamais estive. Tenho tantas pessoas ao meu redor, mas não tenho absolutamente ninguém.

Dentre os pensamentos que me passaram pela cabeça, veio o questionamento do sentido da vida (este é um clássico!). Logo descobri, neste momento de fraqueza, depois de anos tentando entender: o que dá sentido à vida de uma pessoa é o quão ela se sente amada. Isso mostra como a vida social de uma pessoa é importante. Isso explica por que os jovens (com exceção de mim, talvez) são tão alegres, por que os religiosos são tão felizes, já que não importa quantas pessoas tenham perto de si, há sempre o amor de Deus. Isso explica também por que doentes esquecem suas dores quando estão numa conversa.

Minha tristeza começou há algum tempo, quando comecei a estudar alguns filósofos e, a partir deles, avaliar minha vida. Estava equivocado quem disse certa vez que a verdade liberta: eu era feliz em minha ignorância. Não posso sentir falta do azul se só conheço o amarelo. Agora estou preso na cela da luz do conhecimento: tudo que acreditava, tudo pelo que esperava, tudo pelo que vivia, me foi tirado! Me foi tirado pela verdade! Bem dizia Oscar Wilde que "a verdade raramente é pura e jamais simples".

Voltando à questão inicial, o fato de perceber que embora tenha tantos amigos sou um ser completamente sozinho me deu uma profunda dor de cabeça, ocasionada pela tristeza. Tudo o que eu queria neste momento era que algum amigo me chamasse para sair, para conhecer gente nova e, assim, aumentar minhas chances de ser amado - ou mesmo temido; o que não dá pra suportar é a indiferentça -, mas meu telefone não toca. Nessas horas me sinto como Dom Casmurro, célebre personagem de Machado de Assis. Será que minha vida continuará assim, tão solitária como os últimos dias de Bentinho? Não que haja uma total semelhança. Bentinho teve um grande amor à sua disposição desde criança. Eu, o que tenho, agora que ingressei na fase adulta da vida?

Não entremos em questões unicamente amorosas. Se a pessoa que eu amo também me amasse da mesma forma talvez eu não estivesse sentindo este vazio dentro de mim, mas este não é o ponto central. A questão é que pensar que estou sozinho no mundo me deixa aflito. Meus amigos dizem que não. Mas eles não sabem o que sinto, têm seus suficientes problemas para se preocuparem com os meus. Não os culpo por isso, é claro. É este fardo, afinal, que chamam de solidão existencial. Solidão.

Tenho medo de passar a vida toda assim. Ou pelo menos me sentindo assim. Tudo o que preciso é que alguém me mostre o caminho (é por isso que as pessoas pagam psicólogos!), que esta noite sem fim que é minha vida atual acabe e faça-se, assim, o Sol! Tudo o que preciso é de um abraço forte - de quem quer que seja, de palavras amigas, de lições de vida, já que acho que não sei viver bem o suficiente. Tudo o que preciso para que a solidão vá embora é amor.

Quem diria que depois de rabiscar estas folhas em plena madrugada eu descobriria que o sentido da vida é a sensação de que se é amado e que seu extremo oposto é a solidão... Fico feliz por isso. Uma coisa boa em meio a tantas trevas. Porém ainda estou sozinho, o sentido da minha vida ainda está distante e minha dor-de-cabeça continua. Mas estou aliviado por ter compartilhado minha dor com o lápis e o papel.