quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Assassinato no Expresso do Oriente: Um pouco forçado


Certamente Agatha Christie não ficou famosa por este livro. Apesar de alguns pontos sagazes e espirituosos na linha de raciocínio do detetive Hercule Poirot, a conclusão se mostra um pouco forçada demais.

A edição da Harper Collins, pra piorar a situação, se mostra um pouco desastrada. Em um trecho onde Hercule Poirot faz um levantamento sobre todos os passageiros do trem e seus álibis e indícios, a editora "comeu" um dos passageiros (o italiano não aparece na listinha das páginas 152 e 153, pode reparar. As informações dele foram meio que "fundidas" com a do Hardman, que por isso tem suas próprias informações cortadas pela metade).

Não deixa, porém, de ser um bom livro pra passar o tempo. É muito divertido imaginar o que de fato aconteceu e ficar pensando nos suspeitos e em onde eles estavam no momento do assassinato. É como se estivéssemos ao lado de Hercule Poirot, tentando adivinhar junto a ele a solução do caso.

Assim, Assassinato no Expresso do Oriente é um bom livro, mas muito longe de ser algo que você leia e imagine ter sido escrito pela rainha do crime.

NOTA: 6

terça-feira, 24 de outubro de 2017

A Casa de Vidro: Fraco e Apagado


A Casa de Vidro é uma noveleta e, portanto, tem uma história curta. Isso, porém, não é desculpa para um enredo tão fraco.

Anna Fagundes Martino cria um universo de seres fantásticos que possuem o "dom da vida", digamos assim. Podem fazer crescer flores da terra apenas com seu toque.

Eleanor, a protagonista, sente-se então atraída por Sebastian, um desses seres mágicos. Eu gostaria de poder dizer mais algumas coisa do enredo, mas basicamente é isso. Nenhum trama memorável, nenhuma dificuldade a ser superada. Eles simplesmente se apaixonam e depois disso a história não evolui muito mais. Há apenas a descrição de algumas cenas e a inserção de novos personagens, mas nada é tão importante.

A Casa de Vidro é um caso muito curioso. Tem uma premissa boa, mas tudo o que a noveleta faz é apresentar essa premissa. Não há história. Não há uma trama central. O leitor não se envolve com os personagens. Apenas os vê serem apresentados, como se estivesse sendo introduzido a estranhos em uma festa, daqueles que você nunca mais vai se lembrar.

O que ainda salva um pouco o livro é a forma como Anna Martino escreve, numa linguagem muito prazerosa e gostosa de ler. As qualidades de A Casa de Vidro, porém, ficam por aí.

Nunca tinha lido nada parecido. Um livro com um não-enredo. Uma não-história, que acabou tão vazia quanto começou.

NOTA: 2