domingo, 7 de março de 2010

Berserk, o melhor mangá do mundo



Eu posso até estar errado fazendo do título uma afirmação, mas o que dizer de um mangá tão bem desenhado, que se pode observar os mínimos detalhes de uma cena (com exceção dos órgãos sexuais masculinos), que conseguiu conquistar alguém que não dava a mínima para mangás, graças ao seu enredo completamente artístico, equiparável às maiores obras de arte da literatura fantástica? Foi isso que aconteceu comigo.

Um belo dia, no trabalho, um colega meu (valeu, Crocha!) foi contando a história de Berserk, destacando o fato de os roteiristas não se preocuparem nem um pouco em apresentar cenas explícitas de violência, pornografia e satanismo. Claro que não trata-se de uma obra de viés satânico, como certamente dirão aqueles mais fanáticos, religiosamente falando. O mangá gira em torno de Gatts, sobrevivente de uma guerra da época da Inglaterra medieval, que é resgatado ainda bebê por Shizu, quando ela o encontra à beira da morte e o adota como filho. Quando Gatts completa três anos, Shizu morre, para desespero de seu marido e padrasto do garoto, Gambino. Gambino acha que o garoto fora o responsável pelas desgraças que ocorreram com Shizu e com ele próprio, anos mais tarde. Gatts então foge e conhece o Bando do Falcão, grupo de mercenários que o acolhe. Griffith, o líder do bando, cria uma amizade muito profunda com Gatts. Ou pelo menos Gatts assim achava. Uma série de reviravoltas dignas de produções hollywoodianas mostram a face maquiavélica de Griffith, disposto a trair e a sacrificar Gatts em sua incessante busca por poder.



Isso pode parecer um spoiler, mas, acredite, é só o começo dessa saga medieval. Berserk faz parte daquele conjunto de obras culturais que te deixam com um vazio, parecendo que está te faltando alguma coisa, quando termina de ler algum volume do mangá. E se você não curte esse negócio de mangá e de cultura pop japonesa, não se engane: Berserk foge bastante aos padrões nipônicos de ninjas com shurikens e jutsus, assemelhando-se mais a Tolkien ou Paolini, porém muito mais repleto de cenas chocantes e que, de certa forma, se aproximam da realidade. Obras de fantasia contemporânea, por exemplo, não mostram aspectos grotescos da era medieval, como a prática da pedofilia. Berserk explicita, mesmo que brevemente, cenas desse tipo, o que traz o enredo para mais próximo da realidade (à medida do possível, claro, já que se trata do gênero fantasia e monstros e demônios são personagens recorrentes).

O fato é que muitos dos fanáticos por mangás consideram esse como um dos melhores da atualidade, se não o melhor. Numa época em que estão em alta adaptações para o cinema de livros consagrados de fantasia, como Senhor dos Anéis, Harry Potter, Crônicas de Nárnia e o mais recente Percy Jackson e os Olimpianos (não colocarei no meio da lista a saga Crepúsculo, que na minha opinião se enquadra mais no gênero comédia devido às atrozes distorções com as quais são subjugados os leitores mais sérios por Stephenie Meyer), é de se estranhar que Berserk seja tão pouco conhecido desse público. Até porque o nível de complexidade, criatividade e narrativa superam essas obras consagradas em muitos aspectos. É uma pena que o alto grau de tradicionalismo de alguns leitores mais ortodoxos os impeça de descobrir as maravilhas que se escondem por detrás de alguns meios de comunicação para os quais os mais cultos torcem o nariz, pelo simples fato de não se tratar dos milenares livros de uma biblioteca.

6 comentários:

Ju disse...

q texto maneiro! Já até pesquisei quanto vai sair pra comprar a coleção de mangás. rs

Blessed disse...

Já acompanho Berserk há algum tempo e concordo com cada linha do que você escreveu. Berserk é um clássico, sem dúvida!

Unknown disse...

Olá, autor do blog cujo nome não lembro! [?]
Também acompanho a obra há alguns anos. Conheci, primeiramente, pela animação e, quando me deparei com o volume #01 numa banca, não resisti e comprei. Concordo plenamente com quase tudo o que foi dito e reforço que Berserk é, sim, uma das melhores obras de artes que tive (ainda tenho e espero ter por muito tempo) a oportunidade de conhecer e desfrutar. É o tipo de material que nos inspira o maior orgulho e prazer de se ter a coleção completa.
Haha! Preciso até confessar que, de fato, também sinto aquele "vazio interior" ao fim de cada edição, como foi muito bem colocado pelo autor do texto. Bate aquela vontade compulsiva de saber o que vai acontecer nos próximos capítulos. E o melhor... A obra é muito dinâmica, com vários momentos e repleta de reviravoltas surpreendentes, além de inúmeros mistérios e incertezas.
Dificilmente torna-se maçante. E olha que nem mesmo "O Senhor dos Anéis" — aqui vos fala um fã inveterado de Tolkien — conseguiu tal façanha quando o li.
Acabo de me lembrar que apresentei a obra a alguns amigos meus e TODOS, sem exceção, adoraram. Tanto que baixaram e ainda baixam os capítulos pela internet. A maioria, só para constar, é composta por garotas que, apesar da violência explícita — elemento que muitos dizem ser apreciado apenas por quem é "movido a testosterona" —, também se tornaram apreciadoras assíduas de Berserk.

Enfim, acho até que já me prolonguei demais. Não há muito mais que eu possa acrescentar. Portanto, termino apenas parabenizando pelo ótimo texto e por ajudar a divulgar essa preciosidade que é Berserk. Valeu! =D

Unknown disse...

acompanho a estoria a quase 15 anos e tenhos os mangás a mais ou menos 7...
Uma estoria fantastica,Gatts reflete e muito do meu carater,como nunca desistir e proteger a qualquer custo a mulher que ama,mestre Myura sem palavras,espero que não vire filme,pq Hollywod estraga todas a s obrras niponicas,,,berserk sem comparação,o melhor manga da minha vida e da historia....

Red9ro disse...

Haha que tesão de começar a ler Berserk logo!!
Vou ver se faço um esforço pra comprar os mangás.

Leandro disse...

Realmente concordo, Berserk vai além desses livros, Espero q vcs tbm possam conhecer Claymore, é incrivel tbm, talvez não tão bom mais assim como berserk me imprecionou! abrçs a todos