terça-feira, 11 de março de 2008

Lost in Lost

Porque algum dia eu teria de falar do meu programa de TV favorito, não é mesmo? Delírio coletivo, universo paralelo, purgatório, sonho... Bom saber que o final da série de TV mais discutida da História não terá nada a ver com isso. Tudo indica que "Lost", cuja 4ª temporada chegou ao Brasil em 3 de março, usará a ciência para explicar seus mistérios. Que mistérios? Recapitulando: o seriado acompanha os sobreviventes de um vôo que caiu em uma ilha onde as leis da física e da biologia são burladas. Eles não estão sozinhos: existem os Outros, laboratórios abandonados da Iniciativa Dharma e, bem, um monstro de fumaça e uma cabana assombrada. Natural que, três temporadas depois, fãs (e personagens) já estivessem com um pulgueiro atrás da orelha. E tava coçando tanto que muitas pessoas se disponibilizaram a coletar pistas da ficção sob a luz da ciência e tentar esclarecer o que se passa com os achados e perdidos. Mesmo quem não vê a série vai curtir as incríveis pesquisas reais em que ela se baseia - aliás, a melhor hora para começar é agora, quando tudo se explica. O fato é que se antes os protagonistas homenageavam filósofos (Hume, Locke, Rousseau), agora surgem "parentes" de cientistas (Faraday, Hawking, Minkowski). Como tudo em "Lost", não é por acaso.

É possível viajar para o passado?
Há controvérsias. O fato é que as equações que Einstein elaborou para descrever o funcionamento do Universo podem ser resolvidas de várias formas. "Algumas dessas soluções permitem a ocorrência de viagens para o passado", diz o físico americano J. Richard Gott, da Universidade Princeton. Ainda assim, são colocadas algumas restrições. Você poderia construir uma máquina no ano 3000, deixá-la quieta um tempo e viajar de 3001 para 3000. Mas não para antes, quando a máquina não existia, pois ela seria indispensável na hora do "desembarque".

Quem volta ao passado pode mudar a História?
Esse é outro tema que divide os cientistas. Sua formulação clássica é chamada de Paradoxo do Avô. E se alguém voltasse ao passado e matasse seu avô quando ele ainda era uma criança? O resultado é um beco-sem-saída lógico. Com o avô morto, o neto não nasceria. Logo, não viajaria no tempo para matar o avô. Logo, o avô não morreria. Logo, poderia gerar o neto. Logo, este poderia voltar no tempo e matar o avô. Logo...

O físico Stephen Hawking sugeriu que deve haver alguma lei da natureza, ainda desconhecida por nós, que impede tais eventos paradoxais. Deu a essa idéia o nome de Conjectura de Projeção da Cronologia, que afirma simplesmente: viajar ao passado é impossível. Já o físico russo Igor Novikov propôs na década de 1970 o Princípio da Auto-Consistência, que sustenta que não seria possível ao viajante alterar o passado para gerar um presente diferente. Ou seja, quaisquer ações que o indivíduo venha a desempenhar no passado são exatamente as que fariam com que o presente em que ele vive se realizasse. Em outras palavras, ele não estaria alterando o passado e, conseqüentemente, o futuro, mas fazendo exatamente todo o necessário para que o futuro acontecesse. Ou seja, se o viajante tentasse matar seu avô, não conseguiria, pois já não tinha conseguido antes. Dessa forma, a história se mantém consistente, e o avô pode seguir vivo para conhecer o neto viajante e psicopata.

É possível viajar para o futuro?
Teoricamente sim, mas os meios para a viagem não passam de delírios. Tudo se baseia em um fenômeno conhecido como dilatação temporal, que mostra que o fluxo do tempo não é uniforme. Exemplo: para um objeto cuja velocidade se aproxima da velocidade da luz, o tempo passa mais lentamente. "Isso é visível em laboratório, quando calculamos o tempo que uma partícula dura antes de se desintegrar", diz o físico George Matsas, do Instituto de Física Teórica da Unesp. "Se para um observador o tempo de vida de uma partícula que se movimenta a 99% da velocidade da luz for de 1 segundo, do ponto de vista da partícula pode ter sido de 7 segundos."

Acontece também com seres humanos. Uma pessoa que se desloque a 920 km/h por 8 horas (o equivalente a uma longa viagem num avião) experimenta uma redução no tempo de 10 nanosegundos (10 milionésimos de segundo). Na prática, ela viaja 10 nanosegundos para o futuro.

O tempo "desacelera" em lugares específicos?
Sim. Outro fator capaz de gerar dilatação temporal são os campos gravitacionais, que são diretamente proporcionais à massa dos objetos que os geram. Nos arredores de um superburaco negro, cuja massa pode equivaler à de milhares de sóis, experimenta-se uma sensível redução no ritmo da passagem do tempo. O problema é sobreviver perto de um buraco negro sem ser tragado por ele. Uma alternativa mais "viável" é buscar outros objetos de grande massa menos perigosos. Uma opção é uma estrela de nêutrons, cuja massa pode chegar ao dobro da do nosso Sol, mas que possui um raio 70 mil vezes menor. Se pudéssemos nos estabelecer nas vizinhanças de uma estrela dessas, sentiríamos o tempo passar mais lentamente.

Outra possibilidade de "frear" o tempo foi imaginada pelo físico Richard Gott. Consiste em criar uma esfera com 6 metros de diâmetro (suficiente para um viajante), com uma estrutura externa formada por uma massa equivalente à de Júpiter, dramaticamente comprimida. O passageiro experimentaria a passagem do tempo quatro vezes mais devagar do que uma pessoa fora da esfera. Ou seja, quem fosse colocado dentro da cápsula envelheceria três meses em um ano.

ISSO QUER DIZER QUE...
>> Se em "Lost" é possível viajar no tempo, temos uma hipótese razoável para explicar por que ninguém encontra os perdidos passageiros do vôo 815 da Oceanic Arlines: a aeronave pode simplesmente ter retrocedido demais no tempo, ou ter sido projetada séculos à frente. Por essa teoria, os misteriosos visitantes que chegaram à ilha no começo da 4ª temporada podem ser viajantes do tempo.

>> Essa também pode ser a explicação para Richard Alpert não envelhecer: de alguma forma, ele consegue retardar a passagem do tempo. Não deve ser à toa que seu amigo Ben, líder dos Outros, pergunta para ele: "Você ainda lembra de aniversários, não é?".

>> Uma hipótese que pode justificar o amadurecimento precoce de Walt, que sumiu da ilha um mês e voltou bem maior, é a de que lá o tempo passaria de forma diferente. Detalhe: os produtores de "Lost" juram que contrataram Malcolm David Kelley, que vive o garoto, cientes de seu crescimento e que o desenvolvimento do personagem terá explicação.

>> E mais: nesta 4ª temporada deve ser descoberta uma nova estação da Dharma, a Orquídea, onde eram realizados experimentos ligados ao efeito Casimir, teoria ligada a... viagens no tempo! Se as teorias sobre a Orquídea forem verdade, e algo na ilha possa criar cópias de outras coisas, então talvez o avião que surge no fundo do mar no começo da 4ª temporada não seja uma fraude, mas uma versão alternativa dele. Em uma linha temporal, o avião caiu na ilha, em outra, no fundo do mar. Claro, se tudo não for só uma fraude.

Existem habilidades sobrenaturais?
Até hoje nada foi comprovado pela parapsicologia, que é a área de pesquisa que se encarrega de investigar alegações de que algumas pessoas possuiriam habilidades psíquicas especiais, como prever o futuro ou mover objetos usando a mente. Estudioso de parapsicologia e pesquisador do Laboratório de Estudos em Psicologia Social da Religião da USP, Wellington Zangari afirma que ainda não há consenso entre os cientistas da área se essas capacidades realmente existem ou não. "Enquanto alguns dizem que os fenômenos parapsicológicos estão extensamente demonstrados, outros pensam que até agora não existe nenhuma evidência rigorosa favorável", diz.

A busca pelas tais evidências rigorosas começou a partir da década de 1930, quando surgiram os primeiros experimentos parapsicológicos em laboratório. Inicialmente os indivíduos testados tinham que adivinhar o conteúdo de cartas cuja face não podiam ver. Seu índice de acertos era depois comparado com as chances que teriam de acertar por puro acaso. A diferença estatística entre a pontuação esperada pelo acaso e a pontuação obtida pelo indivíduo seria uma evidência de alguma habilidade não-sensorial, ou extra-sensorial, como passou a ser conhecida. "Hoje os experimentos são bem mais sofisticados. Pode-se pedir ao indivíduo que fale o que vem à sua cabeça enquanto uma pessoa em outro ambiente assiste à televisão, por exemplo. Depois um terceiro grupo vai tentar identificar se houve coincidência entre o discurso do sujeito e as imagens que passavam na tela da TV", explica Zangari.

Mas, apesar da crescente sofisticação experimental, há um elemento que se manteve inalterado após oito décadas de pesquisas. Trata-se da diferença entre os resultados esperados pela simples aplicação de estatística e aqueles obtidos por algumas pessoas. "Certos voluntários obtêm um índice de acerto entre 1% e 2% acima do que seria esperado se se tratasse de puro acaso", diz o psicólogo. "Algumas pessoas dizem que isso é a evidência, ainda que indireta, de que a percepção extra-sensorial existe. Isso para mim é uma anomalia matemática que me leva a querer pesquisar a área."

Existem pessoas especiais?
Mesmo sem estar convencido de que a tal percepção extra-sensorial existe, Zangari levanta alguns fatores que já foram evidenciados pela pesquisa na área. Um é o perfil dessas pessoas que acertam mais nos experimentos. Os testes de perfil psicológico revelam que são extrovertidas e que possuem o tipo de temperamento descrito por Jung como "sentimento". Outro é a associação entre premonição e fatos ruins. "Mais de 85% dos sonhos premonitórios estão relacionados a doenças, mortes e crimes envolvendo conhecidos", diz o pesquisador. Ele diz que, se o fenômeno da percepção extra-sensorial (PES) existir, seria um mecanismo psicológico sobre o qual não temos controle, tais como os sonhos e a intuição. "Aliás, o fato de o fenômeno paranormal se apoiar em fenômenos psicológicos conhecidos sugere que não seria algo do outro mundo", diz.

Quem bancou pesquisas sobre isso?
Durante a Guerra Fria, as duas superpotências desenvolveram programas de pesquisa para tentar controlar a PES e utilizá-la militarmente. Um deles foi o Star Gate, que entre as décadas de 1970 e 1990 consumiu US$ 20 milhões dos cofres da CIA. No programa, certos indivíduos selecionados tentavam descobrir o que acontecia nos quartéis e instalações por trás da cortina de ferro usando supostas capacidades de visualização à distância. O programa chegou a empregar 22 indivíduos, que participaram de milhares de sessões de supostas visualizações. Muitos eram militares que depois escreveram livros contando suas experiências no Star Gate.

Embora em suas memórias os tais videntes afirmassem ter alcançado índices de acerto superiores a 50%, uma avaliação desses programas conduzida em 1995 pelo governo americano não encontrou evidências de que os resultados fossem estatisticamente relevantes. Todos foram interrompidos. A validação científica das alegações de PES continua em aberto, no aguardo de mais e melhores pesquisas.

ISSO QUER DIZER QUE...
>> Muitos fãs de "Lost" esperam que, com o retorno de Walt à ilha, haja mais explicações sobre a natureza e a dimensão de seus poderes - a saber: controle de probabilidades e do clima, telepatia, telecinese, projeção astral e materialização de seres e objetos.

>> O "caça-fantasmas" Miles Maelstrom, que aparece na 4ª temporada, pode ser simplesmente uma pessoa que nasceu com habilidades especiais. No caso, a capacidade de falar com o espírito dos recém-falecidos.

>> Poucos assuntos na série causam mais curiosidade do que Jacob. Seria ele o causador dos sussurros e dos sonhos premonitórios? O responsável pelas aparições na ilha de pessoas já mortas e de animais ligados às histórias dos sobreviventes do vôo 815? Ou, ainda, o ser por trás da realização dos desejos de personagens como Ben, Locke e Walt? Após sua manifestação com toques de "Poltergeist" na sua cabaninha do terror, é certo acreditar que boa parte das ocorrências sobrenaturais da série possam estar associadas a ele.

>> Uma vez que Jacob parece gozar de um status de divindade entre as pessoas que estavam na ilha antes da queda do avião, conhecer mais a respeito do poder da criatura pode trazer mais esclarecimentos sobre as forças sobrenaturais da ilha.

Existem regiões magneticamente especiais?
Sim, e um bom exemplo disso está bem perto de nós. Trata-se da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, que se estende do litoral do sul da África até o Pacífico. O Brasil está bem dentro dessa anomalia, que tem seu centro no Paraguai. Nessa região, o campo magnético que cobre a Terra é mais fraco - metade do previsto. Esse "ponto fraco" aumenta a exposição à radiação vinda do espaço e do Sol.

Isso pode afetar desde o funcionamento de satélites até as linhas de transmissão de eletricidade na superfície. Mas os efeitos podem ser ainda maiores. O físico Luiz Eduardo Vieira, do Instituto Max Planck de Pesquisa do Sistema Solar, acredita que ela esteja por trás de fenômenos atmosféricos conhecidos: El Niño e La Niña poderiam ser causados por excesso de radiação.

Na série, um pulso eletromagnético derruba um avião. Isso pode acontecer?
Indiretamente, inutilizando a parte elétrica da aeronave. Mas o físico Luiz Vieira diz que essa é uma possibilidade teórica, pois não existe nenhum aparelho projetado para esses fins. Primeiro, seria preciso conseguir gerar campos magnéticos muito, muito fortes. Essa tecnologia já é conhecida. Os supermagnetos que estão em funcionamento experimental no Large Hadron Collider, o novo detector de partículas em teste na Suíça, são capazes de gerar campos de 8,3 Tesla, valor 100 mil vezes maior que o campo magnético terrestre. Falta descobrir como fazer os campos oscilarem - essa oscilação é que é justamente o pulso. Esse fenômeno ocorre, por exemplo, em uma explosão nuclear. "A explosão provoca uma oscilação grande nos campos elétrico e magnético, que induz o aparecimento de correntes elétricas muito intensas. Como a maior parte dos aparelhos é suscetível a correntes intensas, o resultado pode ser tanto a queima de transistores e diodos quanto o desligamento de um circuito pelos seus mecanismos de proteção."

O magnetismo pode curar doenças?
Muitos estudos sinalizam nessa direção. De acordo com o médico Paulo Farber, um dos vice-presidentes da Sociedade Internacional de Circuitos Elétricos Biologicamente Fechados, as pesquisas envolvendo campos magnéticos e eletromagnéticos começaram na década de 1990. "Os estudos ainda estão em nível experimental. No máximo sugerem que há bons motivos para aprofundarmos a pesquisa", diz. Entre as aplicações mais investigadas estão tratamentos para câncer, dores crônicas, regeneração de fraturas ósseas e algumas doenças psiquiátricas.

No caso do câncer, os campos são usados para aquecer certas partes do corpo. "Tumores são mais sensíveis do que as células normais. Por isso, a aplicação de calor na intensidade certa, durante o período certo, pode matar apenas o tumor, sem comprometer o tecido", diz ele. O calor também ajuda aumentando a esterilização e matando micróbios, além de otimizar a ação das defesas do organismo na região. Essa estratégia de tratamento também parece reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia.

Na parte de tratamento de fraturas ósseas e dores crônicas, a gama de pesquisa é vastíssima. Há estudos sugerindo que a estimulação magnética pode ajudar no tratamento de dores nos quadris, tíbias, joelhos, fibromialgia, problemas cervicais, dores nas costas, inflamações... A profusão de estudos relatando benefícios, porém, não impressiona Farber. "É preciso ter em mente que esses estudos são realizados em hospitais universitários e com uma amostragem muito pequena, por isso os resultados não são conclusivos", diz.

ISSO QUER DIZER QUE...
>>
A Anomalia Magnética do Atlântico Sul chega até o Pacífico, localização mais provável da ilha. A anomalia pode ter relação com as "características eletromagnéticas únicas", que fascinaram os cientistas da Dharma.

>> As curas aparentemente milagrosas ocorridas na ilha - a de Locke, que era paraplégico e voltou a andar; a de Rose, que sofria de câncer e agora se sente ótima; a da pára-quedista Naomi, vítima de ferimentos graves; e Locke de novo, que se curou de um tiro que atravessou seu tórax - podem ter sido ocasionadas por uma espécie de terapia magnética natural, à que todos são submetidos quando chegam ao local.

>> Se o eletromagnetismo causou a queda do vôo 815, pode ter zoado com outros veículos que foram dar na ilha, a saber: o helicóptero de Naomi, o bimotor nigeriano, o helicóptero dos novos visitantes e os barcos de Desmond e Rousseau.

>> O eletromagnetismo pode também ajudar a esclarecer a natureza do tal monstro de fumaça. Alguns fãs defendem a teoria de que o monstro é feito de partículas de metal e se move graças a um sistema magnético localizado sob o solo - algo como o velho truque em que alguém move uma moeda sobre um pedaço de papel usando um ímã debaixo da folha.

>> Por fim, há quem diga que a aparente "invisibilidade" da ilha seja gerada por um campo magnético em torno dela, que teria sofrido distúrbios momentâneos durante os incidentes eletromagnéticos - um deles, deixando-a visível para os brasileiros da misteriosa estação no meio do gelo.

Em que pé está a engenharia genética com animais?
Hoje ela é feita em larga escala. Graças a técnicas como nocauteamento de genes, é possível produzir camundongos mais fortes, mais rápidos, mais inteligentes, mais ativos e mais agressivos. Também há ovelhas com mais lã, porcos e bovinos com mais carne e vacas e ovelhas cujo leite tem proteínas para combater determinadas doenças. Mas a maioria dessas inovações está longe do mercado. "Os órgãos que controlam o acesso aos alimentos ainda não estão convencidos de que animais transgênicos não ameaçam a saúde", afirma João Bosco Pesquero, do departamento de Biofísica da Unifesp.

Existem experimentos genéticos com humanos?
Houve cientistas que defendiam que indivíduos com "bons genes" deveriam casar entre si, para "aperfeiçoar a humanidade", idéia adotada por gente "bacana" como os nazistas. Hoje a genética revela a importância da hereditariedade na inteligência, linguagem, força física, vício, religiosidade e até orientação sexual. Mas não há perspectivas de se usar esse conhecimento para criar humanos "perfeitos". Felizmente.

ISSO QUER DIZER QUE...
>>
Se a manipulação genética de ratos está tão adiantada, pelo jeito o pessoal da Dharma extrapolou e resolveu fazer o mesmo com animais maiores, como ursos-polares e humanos.

>> Acredita-se que o mal das gestantes (quem engravida na ilha morre) tenha a ver com manipulação genética direta (como as substâncias injetadas em Claire) ou indireta (algo no "ambiente").

Quem faz experimentos psicológicos com grupos isolados?
Os maiores interessados são os psicólogos da área espacial, buscando prever as dificuldades das primeiras missões tripuladas a outros planetas. O mais famoso experimento que pôs um grupo vivendo em isolamento foi a Biosfera 2, instalação de 12 mil m² construída no deserto do Arizona. Quatro homens e quatro mulheres ficaram lá de 1991 a 1993, com a missão de viver totalmente independentes. Mas o produção de comida falhou, despertando rivalidades no grupo, só resolvidas dez anos após o teste. Outro experimento foi feito pelo programa espacial russo em 1999. Doze pessoas ficaram confinadas por até oito meses. Quase todos eram russos, mas havia também um japonês, um austríaco e uma canadense. A única mulher do projeto se queixou de assédio e das brigas entre os russos, que a acusaram de não entender diferenças culturais. Horrorizado com as tais diferenças, o japonês saiu no meio.

Há experimentos de grupos em situações adversas?
O mais conhecido foi realizado em 1971 na Universidade de Stanford. Ele selecionou 24 jovens para desempenhar os papéis de guardas e prisioneiros em uma prisão falsa, dentro de um prédio do campus. Os "guardas" não podiam partir para a violência, mas adotavam práticas de coerção para quebrar a moral dos "prisioneiros". No segundo dia houve motim. Prevista para durar duas semanas, a experiência foi encerrada no sexto dia.

Quem foi B. F. Skinner, citado como inspirador?
O americano Burrhus Frederic Skinner foi um dos grandes nomes da psicologia experimental do século XX. Ele acreditava que o comportamento animal ou humano que chamamos de voluntário era na verdade reflexo de aprendizagem. Para demonstrar, criou as "caixas de Skinner", nas quais animais eram aprisionados. Havia alavanca para obter alimento e luzes coloridas manipuladas pelo experimentador. Em alguns modelos era possível também dar choques na cobaia. Kate e Sawyer ficaram em jaulas parecidas no começo da terceira temporada.

ISSO QUER DIZER QUE...
>>
Se o experimento com "guardas" e "prisioneiros" deu no que deu, imagine viver sob a Dharma, que estabelecia padrões de forma castradora, punitiva e alienante . Isso explicaria a agressividade dos Outros.

>> Pelo jeito, alguém se baseou nos experimentos que mostram que várias nacionalidades juntas em uma situação difícil geralmente se estranham. A ilha já teve americano, inglês, australiano, coreano, brasileiro, iraquiano, nigeriano, russo, francês...


E TUDO ISSO SIGNIFICA QUE...
A quarta temporada promete muito! =D

Créditos: Galileu, março de 2008.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lost, Lost, Lost!!! Adoro Lost! E não sabia que tinha todos esses mistérios que podem ser explicados pela ciência... Adorei!