quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eu estou esperando ansiosamente por Harry Potter 7. E você?


Meados de 2007. Todos aguardavam ansiosamente pelo livro final da saga Harry Potter, que finalmente responderia às dúvidas mais quentes dos últimos anos: Harry Potter morreria no final? E Lord Voldemort? Conseguiria manter sua sobrevivência para, posteriormente, um novo volume da saga mágica ser lançada novamente por J.K. Rowling? E Dumbledore? Ah, qual é, você acha realmente que ele morreu? Claro que não, amigo, aquilo era só um truque para enganar os Comensais da Morte!

Bons tempos aqueles. Tempos em que podíamos passar as tardes em uma rede, debaixo de uma árvore, devorando a sequência de Rowling, lendo e relendo os capítulos que te transportavam a um mundo mágico, em que por alguns momentos de total submersão você encarnava o personagem e sofria junto quando Grifinória perdia pontos, ou comemorava quando a Sonserina era humilhada na entrega da Taça das Casas.

Harry Potter marcou minha adolescência, e a de várias outras crianças e jovens também. Lembro-me de, pouco depois de ter completado os 11 anos, ter ido dormir, certa noite, depressivo por não ter recebido uma coruja me convidando para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Tá, não precisava ser Hogwarts, necessariamente. Num dos livros não é dito que Percy trocava cartas com uma bruxa de uma escola brasileira? Podia ser essa então, mas apenas queria poder ter uma vida de aventuras tal qual a do bruxo da estória...

Depois de três anos do fim da série, nos livros ao menos, os fãs podem reviver toda essa expectativa que sentiam anos atrás, esperando por mais aventuras do bruxo, que nos faziam devorar cada página tão desesperadamente (tem gente que insiste em não acreditar, mas li "O Prisioneiro de Azkaban" inteiro em um dia, acompanhado de alguns pacotes de wafer de chocolate). Algumas pessoas não entendem e, pior do que simplesmente não assistir, ficam fazendo pouco de quem realmente gosta da série.

Na minha faculdade, por exemplo, um fã de Senhor dos Anéis começou a discutir comigo a validade literária de Harry Potter e sobre o fato de os filmes terem sido muito ruins até agora. Quanto a esse argumento, concordo em partes.

Pra começar, o que é necessário em uma obra para que ela seja considerada valiosa? Ora, se você gosta dela, é claro! Pra mim, livros do Sidney Sheldon, que são considerados por muitos críticos como lixo literário, fica muito a frente dos livros do José de Alencar, por exemplo. Iracema, um dos ápices do autor, é um porre. Pra mim foi uma tortura ficar lendo todas aquelas comparações, repetitivas e exaustivas. Enfim, o que quero dizer é: por que as pessoas não pensam por elas mesmas, porra? Tem gente que gosta de Restart mas tem vergonha de admitir porque as "pessoas superiores" esculacham a banda.

Ok, estava falando de Harry Potter e já pulei pra Restart, mas só precisava de um exemplo, digamos, atual e corriqueiro. No auge de Harry Potter, tolkianos empinavam o nariz e diziam que Harry Potter era uma porcaria, se comparada à saga dos anéis, e muita gente simplesmente deixava de ler, ou fingia que não gostava, para não se juntar aos "inferiores". Na minha singela opinião, inferiores são aqueles que se deixam levar pela cabeça dos outros. Aliás, esse é um tópico interessante para um outro post, mas voltemos a este.

Não tenho vergonha de estufar o peito e dizer que assistirei Harry Potter nesse final de semana, porque, antes de ser uma obra infanto-juvenil, é um conto que faz parte da minha vida. Mas falo dos livros, é claro (embora a versão cinematográfica de Harry Potter e a Pedra Filosofal é quem tenha me inserido na obra escrita). As versões de cinema de A Pedra Filosofal e A Câmara Secreta foram até razoáveis, na minha opinião. A partir de O Prisioneiro de Azkaban, porém, tudo começou a desandar, e cada novo filme foi ficando um tanto quanto mais lamentável.

Não conseguirei explicar exatamente o que, exatamente, mudou, mas uma mudança no "clima" a partir do terceiro filme é facilmente notada. A história voltada à magia dos dois primeiros longas passou a se voltar para tramas adolescentes, muitas vezes mais forçados do que os apresentados no livro. É óbvio que os personagens cresceram e, assim, também seus hormônios começaram a florescer, mas o filme explorou isso de uma forma exagerada se comparada às tramas principais que, na verdade, são o que realmente importa.

Em Relíquias da Morte, há espasmos de esperança. Só o fato de a última obra ter sido divida em duas partes já significou bastante para os fãs. Antigamente o que se via era a reclamação de vários pontos que haviam sido cortados por falta de tempo. Quem sabe agora, em pleno final da saga, não conseguem reproduzir toda a magia que o livro nos proporcionou? No caso do livro, em 2007, toda a espera valeu muito a pena. Caso o filme não cumpra sua função, pelo menos teremos vivido um pouco dessa magia nostálgica de ansiedade que marcou uma parte importante de nossas vidas.

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