segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Plutóides, Plutinos, Plutão em Delaware

Estamos passando o final de semana em uma casa de praia no pequeno estado de Delaware. Chegamos ontem a noite um pouco depois dos nossos amigos, Larry e Mary Anne. Larry, assim como o Tommy meu marido, também é astrônomo e trabalha no instituto do Hubble e Mary Anne é advogada em Washington. Logo depois chegou um outro amigo deles que também é advogado e embarcamos em uma discussão bem interessante: Plutão! Eu já sabia que muitos americanos se sentem um pouco ofendidos com o fato de Plutão ter perdido o status de planeta e pertencer a categoria planeta-anão desde agosto de 2006. Afinal eles são muito orgulhosos de ter sido um americano, Clyde Tombaugh, quem descobriu o planeta em 1930. Mas eu não tinha a mínima idéia que o novo termo escolhido pela União Astronômica Internacional (UAI) em junho de 2008, Plutóide, fosse provocar reação tão negativa. Segundo eles, as palavras que terminam com -óide (-oid em inglês) tem um tom pejorativo. E eu que achava o termo até bonitinho fiquei sem saber o que falar. Eu achava até que a UAI estava querendo homenagear Plutão ao dar o nome de plutóide aos planetas anões. Segundo a UAI, os planetas são objetos esféricos que estão em equilíbrio e que não possuem outros objetos de tamanho semelhante na redondeza. Não confundir Plutóides com Plutinos que são objetos do cinturão de Kuiper em resonância com Netuno. Explicando: a cada duas vezes que um Plutino completa uma órbita, Netuno completa 3 órbitas. A resonância, neste caso 2:3, parece uma dança coreografada ao redor do sol. O cinturão de Kuiper que está a 33-50 UA (1 UA = distância da terra ao sol) é cheio de pedregulhos do tipo asteróides congelados e contém pelo menos 2 planetas-anões, Plutão e Makemake. Resumindo, Plutão é um plutino e um plutóide. Enfim, vejamos qual será o assunto da noite de hoje. A fotinho foi enviada para mim outro dia por um estudante que tive no semestre passado.

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