quinta-feira, 3 de julho de 2008

Gamers reclamam de jogos "coloridos demais"

Imagem de Diablo, colorido demais para os fãs [montagem via Kotaku]

Hoje eu experimentei rapidamente o Echochrome, inovador puzzle do PSP e PlayStation 3. Gosto de puzzle e coisas inovadoras, então achei a experiência bastante interessante e diferente. Há duas coisas que chamam a atenção, de cara: a trilha sonora, que é um erudito marcante, com sinfônica completa. Mas o mais bizarro, fora a premissa do jogo em si, é o seguinte: ele é em preto-e-branco. Imagine um jogo feito em 2008, sem cores? Pois é, uma opção artística da produtora que faz sentido dentro de premissa do joguinho. E não incomoda. E poxa, se há filmes em preto-e-branco sendo feitos ainda hoje, gente tirando foto em P&B e sépia, por que não imaginar um mundo virtual menos colorido? O interessante é que há uma tendência para a não-cor, ou as cores lavadas, nos jogos ditos “realistas”. Se o primeiro GTA era coloridíssimo, os últimos foram ficando mais escuros – mais parecidos com a realidade? Se Metal Gear do Nintendinho tinha um verde que mal existe na natureza, o último prefere tons de cinza e Bioshock é escuríssimo. O mundo é de fato menos colorido que os videogames, ok, mas precisa deixar as coisas assim, para o bem do “realismo”?


É verdade que a Nintendo continua fazendo jogos coloridíssimos, Mario Galaxy e Zelda sendo apenas alguns exemplos. Mas há outras empresas também tomando esse caminho: Little Big Planet, esperado título do PS3 é uma experiência quase lisérgica e o Okami, que eu peguei semana passada para o Wii, também tem uma direção de arte interessantíssima. O curioso é que o público tem dividido as coisas meio assim: pouca cor, adulto, colorido demais, para criança, bobo. Vejam só: tão logo a Blizzard anunciou Diablo 3, no último domingo, apareceu uma petição online para deixar o jogo menos colorido. Coisa do tipo: “ah, eu me sentia no inferno, agora estou preso numa fase de Kingdom Heart. Não quero!” Bobagem, não? Povinho retrógrado. Eu me divirto muito mais com os extremos (sem cores, como Echochrome ou pirado como Okami) que essa mania de natureza-morta.


Por Pedro Burgos, no site da Super.

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