quinta-feira, 31 de julho de 2008

Remédio e Coca-Cola no mesmo caminhão

A tecnologia surge, mais uma vez, para mostrar que ela é a pílula que salva. Graças às ferramentas de redes sociais na web, como o Facebook ou o mais comum entre os brasileiros, o orkut, uma única pessoa conseguiu mobilizar mais de 3 mil membros, ser entrevistado pela BBC e marcar uma reunião com o chefe do departamento mundial de relações com os stakeholders da Coca-Cola.

Como? Por quê?

Por partes: Simon Berry, há 20 anos, enquanto trabalhava no norte da Zâmbia, na África, constatou que a cada cinco crianças menores do que cinco anos, uma morria por doenças simples, como a desidratação provocada pela diarréia. Berry também percebeu que em qualquer lugar que ele ia, por mais carente que a população local fosse, sempre havia um lugar para se comprar uma Coca-Cola. Veio a idéia: por que não juntar a logística de distribuição da multinacional com tratamento médico simples e conscientização das pessoas?

O objetivo inicial era distribuir soro para que as crianças pudessem se hidratar e os familiares fossem conscientizados sobre noções básicas de higiene para evitar com que contraíssem novamente a doença. De volta a Londres, Berry decidiu criar um blog para iniciar a campanha de juntar a logística de distribuição da empresa de refrigerantes com tratamento médico.

O blog, sozinho, não conseguiu fazer com que a campanha ganhasse repercussão. Berry, então, criou um grupo no Facebook, chamou os amigos e rezou para que a idéia se disseminasse. Em alguns meses, a comunidade conseguiu mais de 3,5 mil membros e, graças a ela, a produção do programa iPM, da BBC, ficou sabendo da iniciativa e o entrevistou em maio.

Depois disso, a produção do programa foi atrás da Coca-Cola e a informou sobre a campanha que Berry estava encabeçando. A empresa achou interessante a proposta, ligou para ele e marcou uma reunião com Salvatore Gabola, chefe do departamento mundial de relações com os stakeholders da Coca-Cola.

Impressionantemente, a multinacional gostou da iniciativa e já colocou essa preocupação nos estudos de distribuição e logística que estão em andamento na Tanzânia e Etiópia. O objetivo é que a cada dez containers com o produto, um seja destinado a tratamentos médicos.

A luta de Berry agora é para achar uma Ong internacional que o ajude na elaboração de projetos locais e a informar a Coca-Cola sobre os problemas dos países mais carentes. Para acompanhar o andamento da campanha, leia o blog de Berry (em inglês) e entre no grupo do Facebook.

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